SETI achou um sinal extraterrestre “um forte sinal [emitido] na direção da [estrela] HD164595”.na constelação de Hércules

VIDEO DO CANAL SOCIEDADE UFO



FOTO: EUROPEAN SOUTHERN OBSERVATORY/DIVULGAÇÃO
 SINAL FORTE: PESQUISADORES IDENTIFICARAM TRANSMISSÃO DE FORÇA INCOMUM
 
Desde os anos 1960, o programa Seti (instituto de busca por inteligência extraterrestre, na sigla em inglês) varre o espaço em busca de sinal de vida inteligente fora de Terra. E pela primeira vez em todos esses anos, pesquisadores do projeto parecem ter encontrado um sinal que vale a pena ser investigado.
O achado é de maio de 2016, embora tenha sido mantido em sigilo até o dia 27 de agosto, quando o jornalista de astronomia Paul Gister escreveu sobre os detalhes da descoberta.

















O que é o Seti

A humanidade faz experimentos para buscar extraterrestres desde 1924. Mas foi em 1977 que essa busca ganhou o apoio da Nasa, a agência espacial americana, com o lançamento do Seti, que analisa registros de telescópios e varre o universo em busca de ondas de rádio que possam ter vindo do espaço.
O Seti é uma iniciativa controversa, financiada por meio de parcerias entre institutos privados e órgãos públicos nos EUA, como a própria Nasa. Algumas correntes científicas argumentam que é perda de tempo.
Há também cientistas que argumentam que, talvez, estejamos procurando do jeito errado. Ondas de rádio viajam pelo espaço dentro de uma frequência que é conhecida como espectro eletromagnético. É ali que fazemos as buscas. Mas se estivermos lidando com qualquer forma de comunicação que fica fora desse espectro, perdemos o recado.
FOTO: LARS HAMMAR/FLICKR/ALGUNS DIREITOS RESERVADOS
 UM TELESCÓPIO DE ONDAS DE RÁDIO, COMO ESSE, É O TIPO DE EQUIPAMENTO QUE DETECTA EMISSÕES DE SINAL ANALISADAS PELO SETI
 
É mais ou menos como se estivéssemos procurando por sinais de fumaça num mundo cheio de celulares e comunicação por internet.
Existem outras maneiras de procurar sinais de vida inteligente, como buscar por fontes de luz laser (que só podem ser produzidas artificialmente) ou tentar detectar poluentes artificiais na atmosfera de outros planetas.
Mas os projetos de busca mais populares e bem financiados, como o Seti, focam em ondas de rádio porque elas atravessam nuvens de poeira estelar e também porque, de acordo com cientistas, essas ondas viajam pela frequência mais provável de ter comunicações de outras civilizações.

De onde vem o sinal misterioso

O sinal foi detectado por uma equipe de astrônomos de um centro de observação em Zelenchukskaya, na Rússia, que integra o projeto Seti. Foi descrito pelos pesquisadores como “um forte sinal [emitido] na direção da [estrela] HD164595”.
A HD164595 é uma estrela que tem quase a mesma massa do sol e fica a 95 anos luz de distância da Terra, na constelação de Hércules. O único planeta conhecido no sistema da HD164595 tem metade da massa de Júpiter e órbita parecida com a de Netuno, embora ele seja mais quente.
Estima-se que a estrela tenha cerca de 6,3 bilhões de anos - a idade do sol é de aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Além da idade próxima, a composição metálica do Sol também guarda semelhanças com a da HD164595: são praticamente iguais, de acordo com cientistas.

Por que esse sinal empolgou os cientistas

O que mais surpreendeu os pesquisadores, nesse caso, foi a análise da força do sinal. O tipo de transmissão que foi recebida pelo telescópio russo é identificada pelos cientistas como originada por um “beacon isotrópico”, tecnologia capaz de transmitir sinais eletromagnéticos potentes em várias direções - e não numa direção única. Por essa razão, os pesquisadores que descobriram o sinal relatam que “monitoramento permanente desse alvo é essencial”.
Trata-se de uma tecnologia que não dominamos. Em 1971, a Nasa pela primeira vez desenvolveu um projeto, o Cyclops, para analisar a teoria do desenvolvimento desse tipo de equipamento. Não houve avanço - em parte pelo alto custo energético e tecnológico para construir algo do tipo.
Outro problema é que a única função de uma baliza capaz de emitir um sinal isotrópico é enviar um recado para o universo, algo na linha “estamos aqui”, o que é uma estratégia arriscada, de acordo com algumas correntes científicas.
“O sinal, conceitualmente, se encaixa no perfil de uma transmissão intencional de uma fonte extraterrestre. É interessante o suficiente para valer a discussão entre aqueles que se especializam na busca por inteligência extraterrestre.”
Alan Boyle
Diretor de jornalismo de astronomia da NBC News e autor do livro “The Case for Pluto”
É por isso que é necessário estudar mais de perto o sinal captado pelo telescópio russo. Pesquisadores franceses, por exemplo, consideram a possibilidade de que a descoberta seja um engano - um ruído provocado por uma fonte que fica mais distante que a HD164595.
Objetos astronômicos como quasares e pulsares, além de satélites artificiais, emitem ondas de rádio que precisam ser descartadas em análises como as feitas pelos pesquisadores do Seti. A princípio, essas hipóteses já foram rejeitadas. Mas é preciso fazer um pente fino.

O que acontece em seguida

Descartadas as possibilidades de alarme falso, na hipótese de que esse sinal esteja sendo de fato transmitido por um equipamento construído por alguma forma de vida, há duas possibilidades:
  • Ele foi criado por uma civilização de tipo II na escala Kardashev, método usado para descrever o grau de avanço tecnológico de uma civilização. Civilizações do grau dois são capazes de canalizar e fazer uso de 100% de sua fonte de energia - no caso, a estrela HD164595. Só isso explicaria a capacidade energética de transmitir um sinal tão forte e que seja multidirecional.
  • É possível que o sinal tenha sido emitido de maneira unidirecional, com o nosso sistema solar como alvo. Nesse caso, a transmissão demanda uma energia menor e poderia ter sido criada por uma civilização do tipo I na escala de Kardashev - como nós.
A descoberta e os passos a seguir serão debatidos por pesquisadores no dia 27 de setembro, no Comitê Permanente do Seti, em Guadalajara, no México.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.